Publicado em:
07/08/2025
A maioria dos trabalhadores acredita que a tecnologia deve aumentar a produtividade, mas também teme os impactos no bem-estar e na saúde mental. É o que revela a pesquisa “Futuro do Trabalho”, conduzida pela KPMG com quatro mil profissionais ao redor do mundo. O levantamento apontou que 66% dos entrevistados esperam aumento de produtividade nos próximos três anos, mas 20% dizem que a tecnologia já prejudicou seu desempenho no trabalho.
Apesar disso, quase 40% afirmaram que os ganhos de performance são superados pelos impactos negativos no bem-estar e na saúde mental. O estudo buscou entender como os profissionais percebem os planos de suas empresas para adoção da inteligência artificial e outras tecnologias.
Quando perguntados sobre a possibilidade de automação de suas funções, mais de 33% disseram que até 30% das suas atividades podem ser impactadas, enquanto 25% acreditam que o impacto pode chegar à metade das tarefas desempenhadas.
“O estudo trouxe um grande panorama para as empresas sobre o impacto da tecnologia do ponto de vista dos funcionários. Produtividade, confiança e bem-estar foram aspectos importantes apontados pelos trabalhadores no levantamento e que irão moldar as estratégias do futuro do trabalho nas empresas”, analisa Camilla Padua, sócia-líder de consultoria em capital humano da KPMG no Brasil.
Outro ponto sensível evidenciado pela pesquisa diz respeito à transparência das estratégias tecnológicas. A maioria dos trabalhadores não sabe ao certo quais iniciativas estão sendo adotadas em suas empresas, mas, ainda assim, confia nelas. Além disso, apenas 54% afirmaram que seu empregador adotou novas tecnologias nos últimos três anos, mesmo diante da corrida corporativa por soluções de inteligência artificial.
O estudo também destacou a importância do investimento em capacitação. Para 62% dos profissionais, o investimento em aprimoramento de habilidades influencia diretamente na decisão de entrar, sair ou permanecer em uma empresa. Porém, apenas 56% percebem que suas organizações estão investindo de forma proativa em requalificação.
Por fim, em relação à clareza sobre o futuro do trabalho, 36% dos entrevistados afirmaram que suas empresas não explicam como a força de trabalho deve evoluir para atender às novas demandas do mercado e dos clientes.